sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CHEQUE ENSINO

 
O cheque-ensino de que o oficioso primeiro-ministro, Paulo Portas, há tanto tempo propagandeava, vem aí, e com ele, a degradação e a destruição do ensino público.
Mas que nos tráz, o cheque-ensino?
  • o fim da igualdade de oportunidades para os jovens. As escolas privadas serão seletivas.
  • no ensino público, vão ficar os alunos com dificuldades de aprendizagem, com um trato dificil e com necessidades educativas especiais;
  • o que pode onerar os custos do ensino, fica para as escolas públicas;
  • naturalmente, os resultados, nos exames, nas escolas privadas serão muito melhor do que nas escolas públicas. Não, que tal situação decorra de uma melhor qualidade pedagógica mas porque os alunos são diferentes,  têm mais incentivos familiares, melhores apoios, com explicações individuais pagas pelos pais, no sentido de superar dificuldades atempadamente, mas também de obterem resultados de excelência;
  • os alunos sem aproveitamento não verão a matricula renovada e serão transferidos para as escolas públicas;
  • redução do número de docentes afetos ao Estado.
Deixa-me triste, enquanto professor e cidadão.
Não porque veja o meu lugar de professor do quadro, em risco.
Mas porque o 25 de abril aconteceu quando eu tinha 18 anos.
Tornei-me adulto, no sonho de ver nascer um Portugal diferente.
Mais solidário, fraterno e igualitário.
Foi ao ver o desmoronar das conquistas de abril, que nada têm de comunistas, mas antes, de justiça social e de humanismo, que decidi criar este blog.
Para poder dar o meu contributo na luta contra a desumanização da sociedade portuguesa.
Pensei, não mais ser possível, a reprodução da Escola Primária que frequentei.
Os filhos da pequena e media burguesia nas carteiras da frente. Os filhos dos operários e dos que viviam nas barracas nas filas de trás.
Uma escola seletiva, em que para fazer o exame de admissão aos liceus, a minha mãe tinha de pagar 200 escudos, por mês, ao meu professor, para ficar mais 90 minutos/dia na escola, preparando-me para o exame.
E a maior parte de vocês, nem imagina quanto valiam 200 escudos em 1966...


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