MÁRIO CESARINY

 



A Casa da Liberdade, projeto museológico dedicado ao artista plástico e poeta Mário Cesariny (1923-2006), vai ser inaugurada em Lisboa a 2 de novembro, com uma exposição e o lançamento de uma antologia sobre o surrealismo.

 

poema

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto    tão perto   tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


                   Mário Cesariny

MANIFESTAÇÃO - NÃO HÁ BECO SEM SAÍDA

Percurso da manifestação de 26 de Outubro, em Lisboa

Dia 26 de Outubro em Lisboa saída da Praça do Rossio a partir das 15h e o percurso segue até à Assembleia da República, segundo o descrito. Todos às ruas, todas às praças!
Que Se Lixe a Troika, Não Há Becos Sem Saída!

PAULO PORTAS E OS MUITO POBRES





Para Paulo Portas os mais pobres não estiveram na manifestação de sábado passado.
Talvez tenha razão.
Estão tão causticados, tão vilipendeados com com sua condição de desempregados de longo prazo e deterioração constante da sua condição de vida que dificilmente se conseguem manifestar e insurgir contra esta pobreza cada vez mais acentuada e que fica  muito aquém da  dignidade humana.
Mas Paulo Portas com essa frase acaba por reconhecer que há pobres em Portugal para além dos mais pobres.
Famílias lançadas na pobreza pela política de austeridade e de empobrecimento.
A mesma política que rege a proposta de orçamento de estado para 2014.
E se um dos chefes do governo não esconde a sua insenbilidade social e a sua subserviência a Merckl e ao mercado financeiro, o outro esconde-se atrás da hipocrisia e apresenta-se como falso defensor dos muito pobres, dos pensionistas, das viúvas...

INSENSIBILIDADE SOCIAL

Hoje fui ao supermercado e em meia dúzias de produtos de merceeiria paguei 60 euros.
E tal como quando vou ao talho, á peixaria, à casa da fruta.... não pude de deixar de pensar nos portugueses que ganham 500, 600, 700 euros...
Como podem pagar a eletricidade, a água, o gás, a renda de casa e ainda sobrar dinheiro para comerem.E já nem falo na ida ao médico...
E hoje a minha revolta foi maior.
Como é possível a escumalha que nos governa ser tão insensível e cortar nos vencimentos dos funcionários públicos  que ganham  pouco mais de 500 euros?
Alguns deles nunca precisaram de se preocupar com o seu vencimento.
Viviam com rede.
Se havia contas a pagar, a mamã, o papá ou a vovó fazia uma transferência.
Nada tenho contra a sorte que tiveram.
Insurjo me é contra a  insensibilidade e crueldade dessa gente..